Ser ou não ser... nunca foi uma questão...

Terminou o mês de Agosto, já sei a agenda dos Deuses me ditaram para os próximos meses... desta vez não foi uma surpresa total o que o oráculo tinha para revelar, mas mesmo assim duvidamos sempre dos caprichos dos deuses...

Mas passados estes primeiros suspiros lembro o intenso mês de Agosto. Esse espaço de excepção temporal onde me reencontro e que de ano para ano me revela o Abraão em espírito e presença "quase constante"... pelo menos é quando me observo mais constante e  na plenitude daquilo que penso ser capaz de fazer e partilhar... e acentuo a palavra partilhar e sublinho-a com comungar...

Nesta permanente questão de ser humano perguntamos e argumentamos com argúcia o nosso papel principal e secundário na linha de tempo que nos liga à vida dos outros... Tentamos perceber se somos mestres, aprendizes, ratos ou simplesmente ervas daninhas em jardins alheios...

Neste labirinto percebi que na parte que cabe ao Mestre, o seu papel não está no poder que este tem para para transformar vidas ou antecipar caminhos, o seu poder está no equilíbrio que mesmo tem para dominar o esse mesmo poder... na capacidade que este tem para não deixar de tomar decisões e dar opiniões por medo ou cobardia de errar, bem como no discernimento que deve ter para permitir que, depois do seu "indispensável complemento", o aprendiz possa partir em viagem até à próxima paragem em que Mestre e Aprendiz se voltarão a fundir.

Quanto às partes de aprendiz, rato e erva daninha ficam aqui três ideias que me ajudam a defíni-las:
- no dia em que deixarmos de ser aprendizes é bom que seja São Pedro o porteiro que nos recebe;
- ratos, apesar de pestilentos existem sempre os simpáticos como o Mickey, o Jerry e mais recentemente o protagonista do filme Ratatui;
-quanto a ervas daninhas, sempre que falo nelas lembro-me da façanha de as cortar com um corta unhas...

Ser ou não ser, o o quer que sejamos, não é uma questão, é uma prerrogativa, uma metáfora, um paradoxo que nos alimentará na nossa paranóia constante... ter consciência disso faz-nos menos paranoicos e mais úteis ao nos fazem ter um papel.