Diários de Kayseri, 2ª Serie - Parte VI - "A montanha das vertigens..."

O dia 6 assinala a contagem descrescente para a casa da(o) partida/regresso. Foi das semanas mais intensas que poderia imaginar pela "misturada" de emoções, dores físicas, experiências irrealistas e momentos do oculto, como ir a uma consulta no dentista às 2 da manhã (só na Turquia). Hoje, pela manhã, fomos para 4000m de altitude, para o Centro de Ski, o que só por si alimenta os sonhos de qualquer um. Estavamos ansiosos devido ao facto de ainda sermos virgens nestas andanças, eu pelo menos só experimentei "sku" e não me dei muito bem.



Entramos para o autocarro e "bora" montanha acima. Pelo caminho converso com a Pelin, a companhia de "amena cavaqueira" por estes dias, trocamos impressões, até que me calo e coloco a minha vista no Sol intenso que acaricia e nos faz vislumbrar a enorme montanha. Nos últimos minutos de viagem perco-me na imagem das imensas montanhas cobertas por mantos inebriantes e intermináveis de neve.

Finalmente chegamos ao Centro de Ski, "brutal"... passados alguns minutos embarcamos no teleférico rumo ao cume da montanha e perdemo-nos a ver a pequena humanidade, a nossa própria insignificância e paramos o tempo para registar a nossa idiota carapaça no topo de tudo o que já conseguimos atingir nesta frágil cápsula que habitamos na Terra... eu pelo menos nunca tinha estado a 4000 metros. 

Chegados de uma viagem que nos registará no nosso próprio tempo fico indefinido.... ski ou mota de neve?.... tem mesmo que ser uma mota de neve.... e como num filme digno de Bond acelaramos a mais de 100k colina abaixo sem mais ar para respirar, subimos a pique... saltamos e "malhamos" e era como se todos os ossos me tivessem saltado do corpo. Foram minutos, mas a adrenalina foi....!!!!!!!!!!! preciso de repetir... ai espera... esta "cena" custa dinheiro.... vou ter que parar porque a carteira não se estende mais.

Após o apocalipse das neves e de todas estas "vertigens", segue-se a competição final... polacos a dinamizar. O resultado o costume, vencemos um e ficamos em segundo noutro jogo. E finalmente sentamo-nos ao sol com a neve como sofá de improviso. São quase 15h da tarde, tempo de ir almoçar. Depois intervalamos longamente, estamos em grupo e jantar final. Segue-se a Noite Intercultural de despedida. Foram dias para guardar no baú dos desejos, a esperar que mais se repitam. Segue-se dia 7, uma viagem de mais de 15h até Portugal. Até à próxima aventura....