Coimbra intemporal...

Faz hoje dez anos que foi o meu Cortejo Académico, o dia de todas as "santas bebedeiras", aquelas que até o encarregados de educação não se importam de mencionar.

Sempre vivi numa especie de sindicalismo académico...   vivia a Queima das Fitas com alma e horizonte mas sempre numa especie de pré-responsabilidade relativamente à praxe. Mas verdade seja dita o simbolismo académico só começou a fazer sentido quando já estava eu no terceiro ano da universidade. Momentos como a Serenata Monumental na Sé Velha de Coimbra, o traçar de capa  que marca a passagem de caloiro a doutor, o Cortejo Académico que marca a ligação entre o mundo académico a cidade e a família que paga os nosso exageros ao fim do mês, foram momentos que só compreendi quando o meu fado de Coimbra era já o de partida. Dizem que Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, eu digo que faz mais sentido na hora dos regressos não programados.

Coimbra é uma feira de vaidades mal compreendidas, é um laboratório de relações humans que demoramos tempo a entender e assimilar. Coimbra Académica é uma Universidade que subjuga uma cidade, é a "intensidade" de momentos que nos ligam a nós próprios e aos regressos que nos fazem melhores.

Continuo a entender a realidade académica como um mundo de farsa que nos tenta preparar, sem o conseguir, para uma sociedade de rutura e instabilidade total. Coimbra é intemporal e com todo o tempo do mundo para nos voltar a dar o tempo que nunca tivemos. Num mundo em que o tempo de hoje é o do ontem diário, Coimbra é a excepção que confirma uma regra absurda.


Por estes dias partilho o meu tempo com Dragões Azuis, Tigres perdidos, Deuses do Egipto Antigo... tempo limitado mas que me permite mais um regresso que me faz melhor no pecado dos meus dias com os que me são mais próximos.