Persistir... com o nosso tempo... (para a Cavaleira Grifo)

Enquanto adormeces,
Enquanto pernoitas na tua própria falta de sentido
És a senhora do da tua desdita e confusa singularidade.
Enquanto te escarneceres,
És o irromper e manar da tua própria alucinação
Continuando a fluir para longínquas conclusões
Espezinhando a tua presença
E os outros que adulteramente te honram.

Viajas no constante situacionismo de te concluíres
Sem conceberes que precisas de uma chave,
De um trespasse que te possa transportar
Da saída que te permita entrar.
Só comprometendo esse êxtase lunático de trevas
E abonando a tua essência no persistir
Te permitirás.

Persistir é um quadro mal pintado,
Uma parede de uma cidadela inacabada,
Uma orquídea de um Éden abandonado,
Uma letra de um poema jamais redigido,
Uma noite de um tempo só nosso.
O persistir não se desvanece num epílogo mas num incremento,
É o sangue da nossa conquista, do nosso triunfo
É o  talvez da chave que procuramos,
Não nos conclui, mas compromete-nos com o tempo,
Com o nosso tempo...
Um tempo de amigos,
Um tempo de compromisso,
Um tempo de que ambos iremos fazer parte...