Sacríficios e Sangue...

Passei os meus últimos dias a "pastar a alma", a atormentar o meu espírito e a percorrer as veias da minha própria integridade. Foram cinco dias em que andei a saltar entre o trabalho e a companhia do meu grupo juvenil "Os Cavaleiros" em Campo de Sobrevivência.
Por estes dias vivemos todos na incerteza do que crise nos trará e das respostas que não queremos ouvir. A vida de professor é uma bênção, assistir à evolução dos que nos precedem alimenta-nos o ego, a alma e faz-nos perceber que podemos, de facto, fazer alguma diferença.  Ao fim de 15 anos a trabalhar com grupos, estes últimos 5 foram a melhor experiência que já vivi, deram-se e proporcionaram-me mais vida do que qualquer alguma vez consegui imaginar. Dantes olhava para o topo da montanha e pensava como seria olhar lá de cima. Hoje, no cimo da montanha, tenho medo de voltar a descer.

Sei que é importante descer para voltar a subir, mas neste caminho que tenho trilhado quero continuar a ajudar outros a subir a montanha, permitindo que outros possam vislumbrar a novos cumes e horizontes.
Sei que não vou deixar de pecar, mas também sei que vou continuar a servir de apoio a trilhos e caminhos de terceiros... alguns a que chamarei de amigos, outros mais que se tornarão cúmplices.

Neste cinco dias de Campo de sobrevivência e trabalho constante juntamos sacrifício a sangue, incerteza e afectividade, passado, presente e o querer de um futuro.