Milénia... a aprendizagem através do elemento água em toda as suas formas... (Parte III)

Depois do tempo necessário para apaziguar a alma e equilibrar físico, espírito e psiquis, Saaber procura perceber o que mais Milénia lhe pode ensinar. Por estes dias decidiu visitar as Grutas da Promessa, bem no interior Sul de Milénia e posteriormente escalar as Montanhas do Fogo e do seu topo observar a Lagoa das Visões, bem no centro de Milénia. Mas a sua escalada é em vão, uma enorme neblina apoderasse do topo da Montanha, não é possivel ver mais que três metros em frente. Sem querer dar por mal empregue o tempo da sua jornada, Saaber segue na direcção contrária à nebllina procurando a claridade. Serenity acompanha-o.



Depois de várias horas a descer por entre velhos trilhos, alguns mesmo inexistentes e inventados na pressão do caminho, Saaber avista uma enorme Lagoa. Acelerando o passo, aproximasse das margens do enorme lago. Não era a Lagoa das Visões, tratavasse da Lagoa Amarela e nas suas margens erguiam-se velhos palácios de antigos feiticeiros. Alguns desses palácios estavam já abandonados, outros davam ainda morada aos descendentes dos antigos mágicos. Cada um deles parecia contar uma história de silêncio diferente e com alguma atenção era possível ouvir as calmas águas da Lagoa Amarela a sussurrar alguns  trechos desse passado distante. Saaber não estava preocupado em perceber o local, limitou-se a viver a intensidade e a paz que aquele santuário natural transmitia. Sentou-se e contemplou o local por tempo indeterminado através de um exercício de introspeção.

Horas passados, Saaber e Serenity sobem pelo sopé das montanhas em busca da nascente da Lagoa Amarela e qual não é o seu espanto quando durante a subida dão de caras com um conjunto de lagoas mais pequenas, numa especie de piscinas naturais de água quente no meio do nada. Logo ao lado uma pequena povoação de pastores. Saaber e Serenity param para admirar o local e resolvem mergulhar nas águas das pequenas lagoas. As lagoas tinham poderes medicinais, Saaber sentia cada uma das mazelas que tinha acumulado durante a jornada a regenerar-se. Alguns pastores aproximam-se e explicam a Saaber como era possivel aquele fenómeno. Tudo era devido a enormes caldeiras naturais que imergiam no coração da ilha e que para além de aquecer as águas lhe atribuiam as suas propriedades medicinais. Neste momento em que Saaber se preparava para ouvir o resto da história, a neblina de outrora aproxima-se e com ela uma leve tempestade transformada em chuva. Em plena lagoa de água quente, Saaber experimenta uma rara dádiva natural, uma especie de concílio entre os Deuses da Terra e os Deuses do Céu conciliados pelos Deuses da Água. Prostrado em águas a pouco mais de 25 graus com uma suave chuva a tecer a sua face, Saaber lembra-se que mais do equilibrar o seu todo, o homem no seu devaneio, procura equilibrar-se com o Cosmos que o rodeia e que encontra na Natureza a sua expressão maior. Milénia era o sítio perfeito para aprender a viver o que já todos os homens sabem, só sobreviveremos se depois de equilibramos a alma a soubermos integrar no meio que nos envolve, no Cosmos para além de nós, representado em estado puro pelo elemento água.