Ódio.... que não te deixa cair....

Odiar não é um exercício difícil, muitas vezes é inclusíve um sentimento mobilizador e gerador de uma energia interior que nos alimenta e dá sentido à nossa ação.
Dizer que não odiamos ninguém é uma qualificação óbvia de quem nunca experimentou ser humano e o simples acto de errar pela naturalidade de errar.

Se formos ao dicionário ódio significa "extrema aversão," "hostilidade," "animosidade" ou "desejo que o mal se abata sobre o objeto odiado," bem como "emoção que exige ação." O ódio é antes de tudo uma emoção humana, se existe, assenta num sentido que determina o nosso comportamenta e que o fundamenta. Eu há muito que ergui os meus ódios de estimação e mesmo sem grande esforço, eles auto alimentaram-se ao longo do tempo e em alguns casos ganharam contornos patológicos (sem dignóstico). De qualquer forma importa de forma clara distinguir o ódio sentido do ódio activo. E de forma ainda mais clara, afirmar que no campo pessoal fiquei-me sempre pelo primeiro. Deixarmo-nos dominar pelo ódio no sentido comportamental tornando-o ação curva-nos perante a nossa própria falta de sentido, tolhe-nos o discernimento e insulta o nosso projecto de vida.

Encaro o ódio sentido como uma ferramenta do ego que me permite manter alerta sobre forças de que desconfio. Não argumento que se trata de um bom ponto de equilíbrio, mas até agora ainda não me deixou cair e preveniu males maiores.