Generosidade



Existem várias atitudes que nos fazem melhores, que nos tornam melhores, que nos transformam em seres melhores. Só recorro a estas linhas sempre que considero que há algo a dizer, e penso que o que tenho para partilhar é importante. Falo-vos do ato de ser generoso, de estar disponível, de ir ao encontro da autenticidade dos outros e do que eles são capazes de dar.

Generosidade é antes de tudo uma suposta virtude de acrescentar algo ao próximo. Generosidade não significa dar, significa partilhar o que é nosso, o que nos é precioso, o que nos faz falta, o que temos de melhor e queremos disponibilizar aos outros na forma de tempo, de magia, de loucura, mas sobretudo na forma de dom, porque ser generoso é um dom.

Segundo René Decartes, na sua obra Tratado das Paixões e também nos Princípios de Filosofia, a generosidade é apresentada como um despertador do real valor do "Eu" e ao mesmo tempo como mediadora para que a vontade se disponha a aceitar o concurso do entendimento, acabando assim a causa do erro. Digamos que passa a ser um conceito de mediação entre a vontade e o entendimento.

Mas filosofias à parte experimentem ser generosos... primeiro disponibilizem o tempo que não têm, segundo procurem o que realmente vos faz falta, terceiro, tentem perceber se o que são faz falta ao mundo que vos rodeia... Como diria Raúl Solnado, "façam o favor de ser felizes", eu acrescento, "e generosos".