Afinal não foi por acaso...

Só para que a minha alma não esqueça
Na última vez que me escrevi
Que te escrevi,
Contava que quando ainda não percebia o acaso
"A pequena musa deixou-me entrar
Acompanhou-me até aos aposentos
E por ali me fiquei.
Horas finitas de sono deram lugar ao meu abrir de olhos,
Olhei à minha volta,
Nem aposentos, nem estalagem
Apenas eu, depois de mais um sono perdido.
Levantei-me, preparei-me e rumei à labuta diário.
Não deixava de pensar, de me atormentar
Por aquela estranha e improvável visão, talvez sonho até...
Até que num desses corredores de rodopio,
Logo após o último abrir de porta,
Revi a face que abrira a porta durante o meu último sono..."
Foi então que percebi que continuava a dormir
Que ainda não havia acordado...

Nesse dia,
Logo após o sono me passar,
Esperei pela noite,
Esperei porque sabia que precisava de voltar a ver as estrelas,
De voltar a ouvir a voz,
De voltar a perceber os passos
Sem que para isso precisasse de olhar,
De escutar, ou sequer pensar...
Sabendo que bastaria estar.
E aquela estranha estalagem onde havia pernoitado durante os sonhos,
Haveria de servir de casa mágica
Sempre que a minha imaginação e coração precisasse
Sempre que precisasse de ver novamente as estrelas acordado
Porque nada tinha sido por acaso...
Numa viagem sem fim à vista...