O Licórnio...

Antes de começar esta história importa recordar a lenda por detrás da mesma, o Unicórnio, também conhecido como Licórnio. É um animal mitológico que tem a forma de um cavalo, geralmente branco, com um único chifre em espiral. Tem a imagem associada à pureza e à força. Segundo as narrativas são seres dóceis. Este animal é um tema de notável recorrência nas artes medievais e renascentistas e assim como todos os outros animais fantásticos, não possui um significado único.

O unicórnio está associado à virgindade, já que o mito compreende que o único ser capaz de domar um unicórnio é uma donzela pura. Leonardo da Vinci escreveu o seguinte sobre o unicórnio: "O unicórnio, através da sua intemperança e incapacidade de se dominar, e devido ao deleite que as donzelas lhe proporcionam, esquece a sua ferocidade e selvajaria. Ele põe de parte a desconfiança, aproxima-se da donzela sentada e adormece no seu regaço. Assim os caçadores conseguem caçá-lo."

Ninguém sabe a origem do unicórnio, é uma história que se perde nos tempos. Presente nos pavilhões de imperadores chineses e na narrativa da vida de Confúcio, no Ocidente faz parte do grande número de monstros e animais fantásticos conhecidos e compilados na era de Alexandre e nas bibliotecas e obras helenísticas (Grécia Antiga).

A história que vos conto é curta, não em tempo nem alma, mas apenas nas palavras de poesia presente que convosco partilho:

O Mar compreende que existem mistérios
O Olimpo, montanha dos Deuses, alimenta existências celestes
As estrelas lêem as entrelinhas que todos temos medo de pronunciar.
Mas no mundo dos Mitos
Há caminhos dos quais não nos conseguimos desviar
Mesmo que a nossa lenda o quisesse.
Assim é o caminho do Licórnio
Um caminho obtuso e estreito que poucos cruzam
Mas que não deixa fugir aqueles a quem se revela.


O Licórnio com quem me cruzei
Não compreende línguas nem palavras estranhas
É um ser sem tempo, no seu tempo e no tempo dos outros.
Irradia a sua ternura perante o manto verde em que se alimenta
Enquanto o mundo espera que ele não se esqueça que existe.


Não tece conspirações obscuras
É belo e bondoso no espírito que transpira
Fala e conspira com as estrelas
Porque foi tocado pelos dons da magia e do magnetismo
Embora, distraído
Tenha medo de ser importante no destino que o escolheu...


Sê bem vindo Licórnio,
Aceita que nascestes para mergulhar em rios perigosos,
Para subir montanhas em só vez o topo,
Para sonhar com o que nunca sonhaste,
Para viver o caminho dos predestinados.
E não tenhas medo da solidão,
Porque eu conheço-a... e ela esqueceu-se de ti...
A solidão, companheira de legado
É o destino dos Dragões que se cruzam connosco...