"A oportunidade de mudar... as 3 fases da evolução simbólica..." - Diários da Indochina VII





A caminho das terras de Saigão, a grande cidade vietnamita de Ho Chi Min com mais de nove milhões de habitantes, parei em Hue e deixei-me esmagar pela Cidade Imperial. Em Portugal isto seria uma espécie do "centro do mundo cultural", aqui, sendo importante, não passa disso, importante.

Durante boa parte dos dias encontramo-nos com os locais, almoçamos em suas casas, participamos nas suas atividades diárias, partilhamos as nossas histórias, mas há sempre tempo para uma das nossas tarefas essenciais, meditar. Aliás foi essa jornada espiritual que me fez voltar a terras do Oriente.

Temos exercícios de meditação e simbologia diários e num deles, aqui em Hue, centramo-nos na questão se todo o treino de autoconhecimento e capacitação que desenvolvemos nos leva realmente à oportunidade de mudar e se essa oportunidade de mudar é uma escolha nossa. Refletimos se fazemos do nosso tempo de meditação e aprendizagem uma oportunidade para nos melhorarmos e dessa forma mudarmos.

Boa parte das mudanças que operamos em nós próprios são naturais, progressivas e não pensamos nelas a maior parte do tempo. Outras são agressivas, outras ainda, as que vos falo, são escolhas.

Estes últimos dias são sobre essas escolhas em que temos a oportunidade de mudar e de forma consciente o escolhemos fazer.

Neste caminho de suposta sabedoria partilho hoje os 3 momentos que definem este progresso.

Primeiro Momento: "Sou o que sou em virtude do que todos somos", na medida em que primeiro procuro encontrar o meu lugar no mundo e que este acontece na relação de partilha e aprendizagem que me predisponho a ter com os outros.

Segundo Momento: “O importante é que isto nunca foi sobre ti, foi sempre sobre os outros.” Depois de perceber o meu lugar no mundo importo-me com a minha missão multiplicadora, procuro perceber que existo para além das minhas fronteiras físicas, intelectuais e espirituais.

Terceiro Momento: “Um dia vi-te e percebi que era eu…”. Em equilíbrio com o que sou e com o que sou capaz de mudar no mundo aceito a bênção que é poder mudar a vida dos outros enquanto mudo a minha. Posso não ter um plano “totalmente definido”, mas também “não vejo o fim à vista” e enquanto não há fim há caminho por fazer.