Diários da Indochina - Parte IV - "Estamos preparados para o que não é real..."



Halong  Bay não existe. A civilização termina, o som da modernidade desligasse e o dragão deslizante (significado de Halong) apodera-se da realidade.
Quase dois mil titãs elevam-se nas águas e organizam-se num monumental labirinto rochoso invadido pelo mar da Grande Muralha.
Perdes a visão, desligas a velocidade de existir e o real não mais importa. Lês e entendes a tua alma no meio de uma beleza impossível de descrever aumentada na diferença de que nunca viste nada igual e provavelmente nunca mais verás.
De repente os demónios são pequenos fantasmas proscritos e o meu (o teu) tempo para. Percebes que perdes muito tempo com o que não importa, com o que não é real e te adormece o coração para o que realmente foste emanado e te faz existir.
Estaremos nós preparados para o dia em que o espetacular, o único e o monumental se fizer vivo na nossa vida. Terá o nosso copo espaço suficiente, terá o nosso coração luz e intensidade bastante para descodificar a informação essencial. Saberemos nós, nesse momento, a diferença entre o real e o não real.
Obrigado Dragão Deslizante, obrigado Halong Bay.