Diários de Jerusálem IV – A minha irmã e o sonho Kibbutz



A vida é feita de laços intemporais que de uma forma convergente, absoluta, única e invisível nos fazem. Os irmãos e irmãs são parte dessa importante e essencial equação.
Hoje dou-me ao tempo de dedicar o espaço que não me lembro de alguma vez ter dedicado à minha irmã… um texto no meu blog de histórias épicas e viagens.

Hoje conheci um daqueles sonhos impossíveis, uma cooperativa Kibbutz. Kibbutz são comunidades que partilham e integram todos os recursos gerados ao serviço do todo. Ou seja, são uma espécie de aldeias comunitárias que gerem os seus próprios negócios e que no final os lucros são totalmente reinvestidos na comunidade e de forma equitativa por todos os membros da mesma. Sem dependerem do estado, garantem todos os serviços aos seus membros, não deixando de respeitar a sua liberdade de ação e escolha. Todos os recursos pertencem à comunidade e são partilhados de igual forma, desde carros, espaços de lazer e as próprias habitações. Todas as principais decisões são tomadas em Assembleias Comunitárias onde a maioria prevalece.

Parece poético mas não é nenhuma invenção, esta é mesmo a realidade. Não é perfeita e alimenta muitas perguntas, mas no fim do dia, que melhor solução conheces tu?

E perguntam vocês, o que tem isto tem haver com a minha irmã? Tivemos o privilégio de experimentar e ser formados numa realidade que sendo totalmente diferente partilhou os mesmos princípios e que deu forma ao talento que ambos hoje revelamos.

Foi com base nestes princípios utópicos que hoje redescubro o talento da Ana na sua criatividade, na simbologia natural que coloca na liderança sábia que exerce junto das crianças e adolescentes com que trabalha todos os dias, na Mãe justa e assertiva que revela ser e na companheira de silêncio, presença e atitude que sempre foi.

Devemos deixar ao mundo a lembrança dos bons exemplos de vida e comunidade que tivemos o privilégio de conhecer e partilhar, hoje deixo o exemplo da Ana Costa, minha irmã e das Cooperativas Kibbutz. Não o faço para lembrar ao mundo que é possível mudar ou fazer melhor, faço-o para eu mesmo me lembrar que, façam o que os outros fizerem, eu tenho exemplos que me permitem continuar a  viver o meu. Termino com Obrigado.