A vida é feita de laços intemporais que de uma forma
convergente, absoluta, única e invisível nos fazem. Os irmãos e irmãs são parte
dessa importante e essencial equação.
Hoje dou-me ao tempo de dedicar o espaço que não me lembro
de alguma vez ter dedicado à minha irmã… um texto no meu blog de histórias
épicas e viagens.
Hoje conheci um daqueles sonhos impossíveis, uma cooperativa
Kibbutz. Kibbutz são comunidades que partilham e integram todos os recursos
gerados ao serviço do todo. Ou seja, são uma espécie de aldeias comunitárias
que gerem os seus próprios negócios e que no final os lucros são totalmente
reinvestidos na comunidade e de forma equitativa por todos os membros da mesma.
Sem dependerem do estado, garantem todos os serviços aos seus membros, não
deixando de respeitar a sua liberdade de ação e escolha. Todos os recursos
pertencem à comunidade e são partilhados de igual forma, desde carros, espaços
de lazer e as próprias habitações. Todas as principais decisões são tomadas em
Assembleias Comunitárias onde a maioria prevalece.
Parece poético mas não é nenhuma invenção, esta é mesmo a
realidade. Não é perfeita e alimenta muitas perguntas, mas no fim do dia, que
melhor solução conheces tu?
E perguntam vocês, o que tem isto tem haver com a minha irmã? Tivemos o privilégio de experimentar e ser formados numa
realidade que sendo totalmente diferente partilhou os mesmos princípios e que
deu forma ao talento que ambos hoje revelamos.
Foi com base nestes princípios utópicos que hoje redescubro
o talento da Ana na sua criatividade, na simbologia natural que coloca na
liderança sábia que exerce junto das crianças e adolescentes com que trabalha
todos os dias, na Mãe justa e assertiva que revela ser e na companheira de
silêncio, presença e atitude que sempre foi.
Devemos deixar ao mundo a lembrança dos bons exemplos de
vida e comunidade que tivemos o privilégio de conhecer e partilhar, hoje deixo
o exemplo da Ana Costa, minha irmã e das Cooperativas Kibbutz. Não o faço para
lembrar ao mundo que é possível mudar ou fazer melhor, faço-o para eu mesmo me
lembrar que, façam o que os outros fizerem, eu tenho exemplos que me permitem
continuar a viver o meu. Termino com
Obrigado.