Diários de Jerusalém V - Os dias do horizonte e silêncio




O que é que encontras no teu silêncio? O que é que procuras quando te ausentas do mundo e te deixas perder nos trilhos que a tua mente te revelou na surpresa do momento? O que procuras quando entendes que não há ninguém no mundo exterior que te possa valer e com quem possas partilhar o que de único estás a sentir? É tudo apenas um engano do momento ou a nossa solidão a falar mais alto? 

Quando me perco nestes momentos procuro a sabedoria do silêncio e deixo de ter medo da minha espiritualidade e aceito que nunca vou ter as respostas para tudo. 

Na madrugada dos nossos dias, alimentada pelo espírito omnipresente de Israel multicultural, acredito cada vez mais no milagre do horizonte e no milagre do silêncio. Agradeço ao horizonte todos os novos cenários não revelados que me permitiu alcançar e ao silêncio a capacidade de descodificar toda a beleza e magia que os novos horizontes me revelam. 

Descobrir os milagres do silêncio e horizonte é voltar ouvir a nossa alma de criança adormecida e as vozes do tempo presente, aquele que nos faz SER, sem medo do passado e do inesperado do futuro. Dar tempo ao silêncio e ao horizonte significa pegar na mochila, enche-la com o essencial e voltar à viagem e ao peregrino que há em nós. Na caminhada só parem ao por do sol, quanto todas as galáxias e mundos intemporais se alinham para que a magia e silêncio se fundam numa fórmula alquímica única. 

Faz do horizonte a próxima aventura e cenário que não te atreves a planear e do silêncio o tempo em que percebes a magia interior que acabaste de renovar. Se não fores capaz de sentir o teu horizonte e o teu silêncio, não deixes de fazer a viagem, eles acabaram por se revelar.