Diários de Jerusálem II - Os dias da fé....





Que fé desperta em ti a essência da tua existência? Que fé te faz percorrer o caminho do autoconhecimento sem olha para trás? Que fé faz de ti o peregrino que não desiste do caminho?

Hoje coloquei-me todas estas perguntas e mais algumas dezenas que só adensaram minha confusão sobre o dilema da Fé. Por estas bandas Jesus Cristo e o seu nascimento tornaram-se num negócio de milhões para uns e de sobrevivência para outros, as leis de Alá são a desculpa para interpretar as desavenças entre palestinianos e judeus, a confusão de religiões na cidade antiga de Jerusalém junta dezenas de religiões, cada uma advogando a verdade dos factos para a existência humana.

Mas fico-me pelas três perguntas iniciais. Vir a Israel, conhecer o início dos tempos modernos faz-nos perceber que a fé não tem dono, depende da vontade que temos para acreditar em algo que nos supera e dá sentido à nossa existência. 

Reafirmo mais uma vez, nestes dias de redescoberta do caminho do autoconhecimento, que a fé nunca foi sobre nós, foi sempre sobre os outros, sobre a sua capacidade para fazerem parte da solução comum, do bem maior, para serem o que ainda não foram capazes de descobrir sobre si mesmos. A minha fé continua a estar no que de melhor os outros podem ser e dar ao mundo que partilham comigo todos os dias.

Por fim, reafirmo a minha estrada de peregrino e viajante, que continua a sentir o apelo do caminho que levará à montanha seguinte, que me permitirá ver o próximo horizonte. Um horizonte onde a fé dá sentido ao que acredito que ainda falta descobrir. Estás disposto a dedicar a tua fé aos outros?....