Diários das Flores II - "Na penumbra da Bruma..."


A Bruma adensa-se e não deixa ver óbvio, o distante e o próprio vazio. Era suposto conseguir fazer o caminho em frente, curvar na altura certa e não me perder. Mas é em vão, acabarei por me perder na penumbra  da Bruma.

Imaginem o caminho sem fim, emaranhado no nevoeiro infinito em que a única previsão possível é a certeza que nos vamos (e queremos...) perder. Talvez até me queira perder, talvez até queira a ausência de previsão possível só porque nunca nos chegamos realmente a encontrar.

A penumbra da Bruma é o canal que nos ela ao vale perdido que ousamos esconder de nós próprios, é a passagem que nos vai revelar um horizonte mais denso. Quando nos perdemos na Bruma conhecemos a alegria de não sermos donos de nós próprios, percebemos o quanto somos felizes só por termos a oportunidade do dia seguinte.

Por estes dias onde fica a tua Bruma? Já percebeste a oportunidade que está no dia seguinte?