Diários das Flores IV - "O poder do Vórtex Milenar..."



Por estes dias fiquei-me pelas ilhas do Vórtex de Milénia, as mais longínquas do mítico arquipélago. São duas ilhas com muito poucos habitantes onde tive a oportunidade de experienciar velhas licões do passado: o silêncio do Limbo; o poder da penumbra da Bruma; e voltar ao sonho do Jardim dos Eternos.

Hoje era o dia de experimentar o verdadeiro poder das Ilhas, o Vórtex de Milénia, um portal entre mundos onde és, depois de passá-lo, obrigado a interagir com as tuas verdadeiras intenções, emoções e angústias à muito esquecidas. Quando entramos no Vórtex mergulhamos numa cascata sem fundo. Não sentimos o frio, o calor, só vivemos o momento.

Era a minha hora. Deixei-me ir pela torrente, lentamente fundi-me com ela, adormeci na sua intensidade e fixei-me nas memórias de energia que de forma explosiva brotavam como pequenos vulcões a  espezinhar a minha mente. Naquele momento de guerra e paz simultânea, por cada abismo que fazia persistir, os guerreiros que habitavam a minha consciência ressuscitavam velhas montanhas três vezes maiores do que o abismo de que tentava escapar. Foi aí, que mesmo à minha frente, reencontrei o poder do Discernimento e voltei à tona.

À minha espera tinha dois amigos de caminho, os aprendizes Yoannes e Fetis. Ajudaram-me a voltar a mim e questionaram-me o que havia experimentado. Fiquei em silêncio e devolvi a pergunta em forma de desafio: É a vossa hora de entrar no Vórtex. De que estão à espera?