O Cosmos Espiritual e o Meso Cosmos Simbólico - Diários de Ethérnia - Parte 2



De volta a Ethérnia relembro o que havia lido há muito tempo no Livro dos Elementos acerca do Cosmos. Ele retrata que "o Cosmos é um fluxo condenado e ordenado pelos elementos. Aos quatro elementos base juntam-se os fluxos energéticos de todos os outros elementos que se fundem em matéria e dão origem ao Cosmos visível e corpóreo. Mas mais importante que os elementos e a semente das suas interações é a arena onde ganham forma e potenciam a sua existência astral, a esta arena damos o nome de Tempo". Mais à frente ele difere dois Cosmos dispares, o Cosmos Tangível, o que acabo de descrever e o Cosmos Simbólico, o que habita em cada um de nós, mais conhecido por Meso Cosmos Simbólico.

Relembrei esta velha lição porque era dia de me reencontrar com Bender Marius, velho amigo ainda da Velha Era, dos poucos que se lembrava do inicio. Juntos iríamos viajar por um do mais complicados exercícios de Simbologia que conhecíamos, o Labirinto do Meso Cosmos. Basicamente o o nosso Meso Cosmos divide-se em 3 Cosmos distintos que se tocam entre si:o Cosmos Biológico, o Cosmos da Psique e o Cosmos Social. 

Cada um destes Cosmos divide-se em 3 microcosmos, dando origem a 9 microcosmos que se podem ou não tocar entre si, embora estejam todos interligados: o Cosmos Biológico é composto pelo Microcosmos da Segurança, pelo Microcosmos da Energia e das Fontes e ao Microcosmos dos Desperdícios; o Cosmos da Psique é composto pelo Microcosmos do Conhecimento (da razão), pelo Microcosmos da Intuição e pelo Microcosmos do Instinto (Primal); e o Cosmos Social é composto pelo Microcosmos das Relações, pelo Microcosmos das Decisões e pelo Microcosmos dos Papeis.
Da interação entre este 3 Cosmos evolui o nosso Cosmos Espiritual, o que responde à razão que nos levou a ser Mestre da Ordem dos Cavaleiros do Poder.

Não tínhamos dúvidas da missão que tínhamos abraçado de todos os dias ajudarmos o desconhecido do acaso a subir a sua próxima montanha. Mas precisávamos de perceber em que geografia moravam agora as nossa emoções, propósitos e mais do que tudo, para onde nos levava o nosso atual Cosmos Espiritual. Por outras palavras para onde estava a ser canalizada a nossa Magia, a nossa Essência.

Para realizar o exercício voltamos a Islam, para o Templo das Lágrimas de Sangue. Para nos orientar estaria Mestre Ant Elael. 

O reencontro como sempre foi caloroso. Rapidamente mostramos ao que íamos. Ant Elael já o sabia. Convidou-nos para meditar nas margens do Rio Mormon para iniciarmos a jornada espiritual mas antes lançou a pergunta chave:
"- Imagina um mundo sem montanhas, planícies, rios ou mares. Só tu e um imenso vazio desértico que terás de preencher com as tuas melhores emoções, sentimentos e poderes mágicos. Não tens medo de te perderes no teu próprio deserto? Achas que és suficiente para ele?"

A resposta viria na jornada já a seguir...