“O Verdadeiro Líder…” - Diários do Caminho da Transcendência… - Parte I

 



Estávamos nos Dias da Transcendência, época em que os Mestres da Ordem dos Cavaleiros do Poder devem voltar a prestar as Provas do Legado, a cada dez épocas anuais.

As Provas do Legado passam por levar cada Mestre a revelar de novo o seu essencial, o que o levou a iniciar a jornada, a voltar às origens e essência do seu poder e a redescobrir se o seu coração continua na intensidade certa enquanto constrói o seu legado. Para tal, a cada dez épocas anuais devemos viajar até às três capitais sagradas do Império de Sírius, bem nos limites do universo conhecido. São três, Khiva, Samarkanda e Bukhara. Em cada um delas somos sujeitos a uma prova que testa os nossos princípios mais básicos enquanto Mestres.

Em Bukhara voltamos a embarcar na viagem que nos revela o nosso Ubuntu, o “sou o que sou em virtude do que todos somos”. Em Samarkanda renovamos os nossos votos enquanto Mestres que compreendem o seu Bushido, “que isto nunca foi sobre ti, foi sempre sobre os outros”. Nesta fase somos levamos a reiniciar o Eu vive no Nós. Por fim, em Khiva, devemos revelar novamente o nosso Ki, a essência da nossa essência, o princípio do “um dia vi-te e percebi que era eu”.

Antes de partirmos para a viagem final até Sirius, paramos em Tumbra, a meio caminho. Comigo viajaram os meus aprendizes, agora já Mestres, Yoannes, Milnar e Pachamama. Chegados a Tumbra, pernoitamos no Templo de Sophia, de Mestre Atatürk. Recebidos por um dos seus aprendizes, deixaram-nos descansar durante umas horas.

Pela noite, juntamo-nos a Atatürk para jantar nas margens do rio Bosforo. A conversa foi intensa e recordamos as principais histórias que nos levavam a prestar as Provas do Legado. Antes de voltarmos a caminho Atatürk recordou-nos algo essencial:

- Quando achamos que estamos prontos para prestar provas sentimos que estamos preparados para fazer face aos nossos demónios e revelarmos de novo a nossa essência, como o fizemos no início. Mas lembrem-se que estão a voltar a um novo início, não ao líder que foram, mas ao que pretendem ser. Assim, como no início, recordem-se…. o verdadeiro líder é aquele que reconhece sua pequenez e é capaz de extrair força da sua humildade e experiência da sua fragilidade.