A escolha de valorizar o que deve ser valorizado - Diários da Superstição - Parte VI


Estava de partida de Sião. Importava agora explanar tudo aquilo que havia aprendido quando escolhi dominar os quatro pilares das Artes da Elevação. Deixo aqui as palavras que deixei escritas no meu diário simbólico: 

" Sentimentos como a perda, a angústia, a sensação de que somos invisíveis, que fomos injustiçados, que nada nos chega nunca irão desaparecer. Assumirão várias formas, serão por vezes silenciosos, noutras ocasiões tomarão conta de nós ao ponto de nos poder levar à depressão ou à loucura, ou então nem daremos por eles porque a vida nos sorri. 

No final de contas a soma que realmente importa é se somos capazes de calcular o essencial. É, se por entre tantas armadilhas e ruturas, somos livres e sinceros para escolher o que realmente devemos valorizar. 

Nem sempre o que merece ser valorizado é a escolha que priorizamos no tempo que dedicamos ao que somos. Mas nós sabemos que quando a rutura ou a armadilha vierem bater a porta é ao "cálculo do essencial' que recorremos. 

Como sei que manterei um caminho de imperfeição escolho o equilíbrio entre o que realmente deve ser valorizado e o que "atrativamente" vou valorizando. Importa é que nunca deixemos o nosso tempo seja governado pelo tempo vulgar, pelo tempo de quem nunca nos dedicou o seu tempo real, pelo tempo morto de quem escolhe nada fazer esperando tudo ter, pelo tempo diletante dos projetos que nunca vêm o seu fim, pelo tempo de quem diz nunca ter tempo. 

Tudo se resume às escolhas que fazemos com a liberdade e tempo que escolhemos ter."