A verdade sobre o tempo e o egoísmo - Diários da Superstição - Parte V

Mais um dia por terras de Sião a treinar as Artes da Elevação. Hoje treinaríamos o quarto e último pilar da Elevação que nos sugere que "o egoísmo é a oportunidade de te encontrares no tempo necessário para não te perderes".

Basicamente o pilar explica que nos são dados espaços temporais em que nos podemos esquecer da missão que nos espera no dia seguinte. Espaços de egoísmo em que no silêncio do melhor e pior que somos temos a oportunidade para perceber o rumo que escolhemos seguir. O perigoso é quando passamos demasiado tempo nesses espaços temporais. O silêncio torna-se em solidão e o egoísmo saudável torna-se em angústia, depressão e vitimização. Estamos perante o nosso egoísmo egocêntrico onde damos forma a sentimentos como a intolerância, a agonia ou o desprezo. 

Para treinar este pilar fomos convidados a conversar com Mestre Lue Chang, um dos principais Mestres Curandeiros de Chiang. Lue Chang era conhecido pelos livros que escrevera sobre os princípios do silêncio e da liberdade. Pexár achou que seria o sábio perfeito para nos confrontar sobre as nossas crenças acerca do quarto pilar da Elevação.
  
Fomos levados até à sua cabana, perdida no emaranhado das florestas de Chiang. Fomos muito bem recebidos com chã e bolo de bambu. Conversamos durante horas sobre os princípios que justificavam e serviam de base ao quarto pilar da Elevação. Não vou partilhar a conversa que tivemos, mas fica a principal lição que Lue Chang nos deixou acerca do tempo que passamos no nosso egoísmo: 
- O egoísmo sempre estará nos nossos corações. O segredo para o dominar é aprender a estar o tempo certo dentro das suas fronteiras. Mas há algo que nunca podem esquecer. Muitas vezes achamos que ainda temos tempo, quando na verdade é o tempo que nos tem a nós.

Depois desta conversa passei mais alguns dias a conhecer o resto de Sião. Depois era tempo de voltar a casa com a alma renovada e pronto para a missão seguinte.