Diários da Pele - Parte I e II "Deixar ir..." e "Novo Símbolo..."


 

Diários da Pele - Parte I - "Deixar ir..."

Nos dias de hoje numa Ethérnia que vive dias de calmaria, olho-me no espelho do tempo e revejo a transcendência dos meus dias. 

Esta foi uma época anual intensa, feliz, utópica, mas ao mesmo tempo, de insanidade. Aliás, pergunto-me, quando é que não foi?

Hoje partilho uma conversa que tive com o meu velho amigo Davi Dragão da Terra. Foi uma conversa em que partilhamos os nosso diários de dor, aquela que faz com que mudemos de pele. A conversa foi direta e como me haviam ensinado, olhando a minha resolução do topo da montanha, tentando ver todos os ângulos do problema.

Contava a Davi que ao subir a montanha da minha dor dei por mim a deixar amigos e companheiros de caminho com quem partilhei desejos, sangue, emoções e destinos. Os nossos caminhos desencontraram-se, a harmonia dos sentido deixou de existir e cada um seguiu o seu caminho. Muito me deram, permitiram e partilharam. Na visão do meu cosmos desejo que só fique o "anima", a alma que em tempos nos uniu e que agora perpétuo nas memórias, nas aprendizagens, medos e ecos.

Por fim, fiz um mergulho no abismo e vi parte da minha sombra recalcada. Não gostei e devolvi ao inferno de onde veio. Farei de tudo para que fique por lá.

E agora eu, nova pele, novo horizonte, novos trilhos para a mesma missão sempre por completar.


Diários da Pele - Parte II - "Novo Símbolo..."

Ethérnia vive os seus dias de calmaria e eu, por estes dias, deixo-me elevar na minha rotina e no que a minha "nova pele" me faz indagar na última época anual.

Há quatro lições que não paro de repetir a mim próprio e iluminam de forma pouco usual a minha mais recente cronologia:

- Ser grato. Perceber com quem escolhi caminhar na convicção de que os viverei na eternidade. São presente, passado e sempre...

- Faço o melhor que posso e sei com o tempo e recursos que tenho. Por cada nova derrocada aproveito todos os cacos para a empreitada seguinte.

- A importância do meu código de conduta, a que chamo de Saaber, e as regras e desafios que escolhi para me guiarem. São uma direção no meio da tormenta e do nevoeiro.

- Por fim, aceitei que estou mesmo a mudar de pele e a conhecer o meu novo símbolo, uma nova forma de semear e plantar no jardim de onde nunca parei de estar. O velho Dragão de Fogo que sou dá forma a Ryu, o Dragão dos 4 Elementos que aceita a sua confusão como parte da decisão permanentemente inacabada. E Ser Humano é uma decisão permanentemente inacabada.